O ESPORTE

 

1. O que é?

2. Origem histórica

3.   Provas oficiais

4.   Organização estrutural do esporte

5.   Local mais adequado para a prática

6.   Competições

7.   Vestimenta

8.   Idade ideal para iniciar a prática da ginástica artística

9.   Benefícios para os praticantes

10. Tipos de treinamentos

11. Cuidados especiais

12. Ginastas de destaque

 

 

 

1.   O que é? A ginástica Artística é um esporte olímpico com normas oficiais de competição. Engloba um conjunto de exercícios corporais sistematizados, em diversos aparelhos, realizados em série. Nestes exercícios são exploradas praticamente todas as qualidades físicas do ginasta, mas principalmente a força, a agilidade, a flexibilidade e o equilíbrio. Trata-se, portanto, de um esporte que margeia a arte. Utiliza, fundamentalmente, o desenvolvimento da coordenação motora, o uso do intelecto na criatividade, expressão corporal e suas implicações sociais, a disciplina e organização, elementos indispensáveis à formação e educação da criança e do adolescente. A nível competitivo é exigido do ginasta muita disciplina e força de vontade, concentração e prática mental dos movimentos, uma necessidade muito grande de repetição e auto-domínio do corpo para que tenha um bom desempenho.  A idéia básica da Ginástica Artística (ou Olímpica) e o seu aparecimento são baseados nas formas naturais de desenvolvimento do homem, entretanto, a sofisticação tecnológica e o alto desenvolvimento técnico dos movimentos em nossos dias parece interceder nesta fórmula natural, para torná-la muito mais artificial. Trata-se, portanto, de uma atividade predominantemente anaeróbica, com técnica apurada, que produz um efeito de imensa beleza, com movimentos precisos e seguros, que pode ser considerada como uma arte, idéia que deu origem ao termo “ginástica artística”. 

 

2.   Origem histórica: O termo ginástica origina-se do grego gymnádzein, que significa “treinar” e, em sentido literal, “exercitar-se nu”, a forma como os gregos praticavam os exercícios. É na Grécia que a ginástica alcança um lugar de destaque na sociedade, tornando-se uma atividade de fundamental importância no desenvolvimento cultural do indivíduo. Os exercícios físicos eram motivo de competição entre os gregos, prática que caiu em desuso com o domínio dos romanos, que a utilizavam com fins militaristas. Durante a Idade Média, há um desinteresse total pela ginástica como competição e o seu aproveitamento esportivo ressurge na Europa apenas no início do século XVIII. São então criadas as escolas alemã (caracterizada por movimentos lentos e rítmicos) e sueca (à base de aparelhos). Elas influenciam o desenvolvimento do esporte, em especial o sistema de exercícios físicos idealizado por Friedrich Ludwig Jahn (1778-1852), o Turnkunst, matriz essencial da ginástica artística hoje praticada. Leia mais sobre o assunto na sala de aula “Contando História”... 

 

3.   Provas oficiais: Para os homens, há provas de barra fixa, barra paralela, cavalo com alças, salto sobre o cavalo (até o ano 2000, feito sobre o cavalo de madeira em posição longitudinal em relação à pista de corrida; a partir de 2001 este aparelho é substituído pela moderna mesa de saltos), argolas e solo. Mulheres disputam exercícios de solo (com acompanhamento musical), salto sobre cavalo (até o ano 2000, feito sobre o cavalo em posição transversal, hoje substituído pela mesa de saltos), barras paralelas assimétricas e trave de equilíbrio. Os exercícios de cada ginasta são julgados e pontuados por um júri. Aprofunde mais seus conhecimentos sobre este assunto nas salas de aula “Aparelhos e Provas Femininas”e “Aparelhos e Provas Masculinas”.

 

4.   Organização estrutural do esporte: A Ginástica Olímpica é organizada através de federações e confederação do Brasil. A nível internacional fica na competência da FIG (Federação Internacional de Ginástica). É a FIG que determina as diretrizes e normatiza as competições a nível internacional, realizando grêmios após os campeonatos internacionais, onde é feita a atualização do Código de Pontuação (livro de regras do esporte). Abaixo da FIG estão as Confederações dos países filiados, dentre elas a CBG (Confederação Brasileira de Ginástica), que regulamenta não só a Ginástica Artística, mas todas as outras modalidades ginásticas, que são: Ginástica Aeróbica Esportiva, Ginástica Geral (única não competitiva), Ginástica Rítmica Desportiva, Esportes Acrobáticos e Trampolim Acrobático (que envolve as provas de trampolim individual e sincronizado, duplo-mini trampolim e tümbling). Subordinados à CBG estão todas as Federações Estaduais Brasileiras, como a Federação Mineira de Ginástica, a Paulista, a Brasiliense, e assim por diante. Estas federeções respondem pelos clubes a elas filiados. Todos os ginastas devem ser registrados nas federações estaduais de seus estados para participarem de campeonatos oficiais estaduais, na CBG para participarem de campeonatos nacionais e na FIG para os   internacionais. 

5.   Local mais adequado para a prática: um ginásio de ginástica para preparação competitiva deverá ter os equipamentos básicos, listados a seguir:

*Solo: colchões de espuma densa, ou tablado oficial com 12m x 12 m.

*Salto sobre o cavalo: trampolim oficial e cavalo para saltos, atualmente substituído por uma moderna mesa de saltos (ou material auxiliar: plinto com seis módulos e mini-tramp) e colchão denso de 20cm de altura para aterrissagem.

*Demais provas: equipamentos oficiais para as provas de paralelas assimétricas, paralelas simétricas, trave de equilíbrio, barra fixa, cavalo com alças e argolas, com colchões sob todos estes aparelhos, para maior segurança na execução das séries e saídas. Estes equipamentos podem ser facilmente adaptados para atividades não competitivas, utilizando-se materiais de baixo custo, devendo-se observar a questão da segurança dos praticantes no que diz respeito principalmente às dimensões (devem ser adequadas à clientela alvo), à resistência dos materiais utilizados e acolchoamento das superfícies.                                                                         

 

6.   Competições: A ginástica faz parte das Olimpíadas desde sua primeira realização em Atenas (1896), somente com a participação masculina. Desde as competições de Berlim (1936), foram criadas as categorias masculina e feminina, individual e por equipe. Em anos pares não-olímpicos realizam-se campeonatos mundiais.

7.   Vestimenta: Para a prática de ginástica artística é necessário que se utilize roupas confortáveis, feitas de tecido elástico (lycra, malha),que permitam ampla movimentação do corpo. Em competições femininas as ginastas devem vestir collant (até as olimpíadas de Sidney deveriam ser de mangas longas, a partir de 2001 as regras passaram a permitir collants de mangas curtas ou sem mangas), sendo opcional o uso de sapatilhas e meias soquetes. Os cabelos devem estar firmemente presos. Para os homens, é necessário vestir um leotard sem mangas e, para as provas de salto sobre o cavalo e solo, e uma calça justa ao corpo, com uma alça que a prenda nos pés, de malha, para as demais provas.                

 

 

 

 

Collant

Leotard

Calça

Short

Sapatilha

8.   Idade ideal para iniciar a prática da ginástica artística: A melhor idade para iniciar é em torno dos 5 ou 6 anos de idade, onde, de maneira recreativa, já serão desenvolvidas as habilidades básicas que são exigidas pelo esporte, além da criança familiarizar-se com o ambiente, os aparelhos e o treinamento. É por volta dos 7 anos que se inicia um trabalho mais voltado para o desenvolvimento da técnica.  Crianças de até 12 anos são aceitas em turmas de iniciação, tendo plenas condições de   desenvolver-se no esporte.                                                               

 

9.   Benefícios para os praticantes: Com a prática da ginástica artística a criança terá estímulo para desenvolvimento de qualidades físicas e psicomotoras tais como: força, flexibilidade, agilidade, velocidade, coordenação motora, equilíbrio, noções de espaço e tempo, lateralidade, percepção e sentido cinestésico. No aspecto afetivo-social os ganhos são visíveis, principalmente no que diz respeito à socialização e desenvolvimento de traços de personalidade tais como: organização, ação, disciplina, responsabilidade, coragem, solidariedade. Características cognitivas também se observam, tais como a capacidade de análise e desenvolvimento da memória.   

 

10. Tipos de treinamentos: O treinamento da ginástica artística pode ser voltado para a educação, para a recreação, ou para a competição. O primeiro tipo visa o desenvolvimento principalmente das habilidades psicomotoras da criança, bem como a sua socialização. Pode ser desenvolvido nas aulas de educação física escolar ou em escolinhas de esportes, com no mínimo duas aulas por semana, utilizando-se principalmente da ginástica de solo e saltos sobre o plinto, como também algumas vivências em aparelhos. O treinamento voltado para a recreação explora mais as situações inabituais divertidas, traduzidas principalmente em movimentos em duplas e pequenos grupos envolvendo rotações do corpo e saltos, fazendo uso dos movimentos básicos da ginástica de solo. Já o treinamento que visa a competição fundamenta-se em uma forte preparação física, que dará condições ao ginasta de progredir na técnica. Este treinamento deve começar com a criança bem pequena, sendo de grande importância que se mantenha várias horas de prática por sessão, com uma freqüência de 5 a 6 dias de treino na semana,  e controle de todas as variáveis do treinamento. Para este treinamento é necessário que a criança passe por uma seleção, que será baseada inicialmente no biotipo, e depois em características psicológicas e pessoais de cada ginasta, para que se adapte ao treinamento intensivo e às competições.  

 

11. Cuidados especiais: Na prática da ginástica artística, deve-se ter um cuidado especial no que diz respeito à segurança do praticante. Isto implica dizer que só se deve praticar exercícios de ginástica artística em local adequado e sob orientação de um professor de educação física. Para se aprender exercícios acrobáticos com segurança, é necessário que a criança tenha os pré-requisitos físicos e técnicos para a realização do novo movimento, e que o professor faça ajuda direta conduzindo o movimento até que o aprendiz tenha total domínio da técnica e adequada preparação física para realizar tal elemento sozinho, fazendo uso de atividades pedagógicas de facilitação da aprendizagem. Colchões e materiais de segurança também são necessários para prevenção de acidentes. Outro cuidado é com relação à ordem de aprendizado dos exercícios: sempre do mais simples para os de coordenação mais complexa, pois um irá depender da aprendizagem do anterior.    

12. Ginastas de destaque: Na história dos Jogos Olímpicos, destaca-se o desempenho das ginastas femininas, como a soviética Olga Korbut (1,52 m de estatura e 38 kg), Medalha de Ouro nas Olimpíadas de Munique (1972), e a romena Nadia Comaneci (1,54m de estatura e 40 kg), em Montreal (1976). Aos 14 anos, Comaneci obtém quatro vezes a nota dez do júri, alcançando ouro nos exercícios individuais, nas barras assimétricas e na trave de equilíbrio. Fato inédito na memória do esporte. Mais recentemente se destacaram as russas O. Mostepanova (1,49m de estatura e 35 kg), campeã mundial em 1986 e Svetlana Boguinskaya (1,61 m de estatura e 49 kg), campeã olímpica em 1990. No Brasil, temos o caso da ginasta Luíza Parente, do Clube de Regatas Flamengo - RJ, que obteve medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de Cuba, em 1991, na prova de salto sobre o cavalo e Soraya Carvalho, que teve seu brilhantismo, mas não pode participar dos jogos olímpicos devido a uma lesão. Hoje o destaque brasileiro fica por conta da ginasta do Flamengo, Daniele Hypólito, destaque nacional e internacional, que em novembro/2001 conquistou a inédita medalha de prata no torneio internacional de Ginástica Artística, em Marselha (França), e meses depois sagrou-se campeã mundial, num feito inédito para a ginástica do Brasil.