1. A Origem 2. Brasil - Resultados nos Jogos Pan-americanos 3. Brasil - Resultados nos Jogos Olímpicos 4. Os Jogos Olímpicos e a Evolução Técnica na GA
1.
A ORIGEM (PAIVA, s/d /
PUBLIO, 1998)
Não nos é possível determinar, com exatidão, as origens da
ginástica, pois, desde que o homem surgiu na face da Terra, vem praticando
exercícios. Evidentemente, a atividade física variava e adquiria
características próprias de povo para povo, de civilização para
civilização, sob a influência de diversos fatores como, por exemplo,
situação geográfica e política.
Como civilização, foram os gregos os primeiros a usarem um sistema
organizado de atividade física, no qual buscavam um desenvolvimento total
das potencialidades físicas e intelectuais, visando, por meio disto,
melhor capacitação do cidadão para desempenhar seus deveres como homem da
sociedade. Gravações antigas encontradas na China, Pérsia e Egito
descrevem, algumas com palavras, outras com figuras, que os movimentos
básicos da ginástica eram praticados de forma empírica nesses locais.
Muitos exercícios tinham a finalidade de preparar os soldados para a
guerra.
A palavra GINÁSTICA tem origem no vocábulo grego GYMNOS, que
significa “nu”, refletindo a forma com que os gregos praticavam exercícios
físicos. Literalmente, a ginástica significa “arte desnuda”.
Após os gregos, o período mais importante foi a era romana. Dentro
das atividades físicas, os romanos, por serem um povo guerreiro e
conquistador, utilizavam-se da atividade física como preparação dos seus
soldados, voltados para a conquista militar. O importante nesta fase é que
duas provas de ginástica artística disputadas até hoje parecem ter sua
origem no treinamento físico romano: o salto sobre o cavalo e o cavalo com
alças. A diferença maior é que os aparelhos eram de madeira com a forma de
cavalos reais, e os soldados deles se utilizavam para aprimorar suas
habilidades de cavaleiros.
Na Idade Média, alguns exercícios eram praticados com o intuito de
entretenimento. Foi no Renascimento, com idéias de renovar o vigor físico
e a saúde, que surgiu o magnífico livro entitulado: “Arte Ginástica”,
escrito por Mercurialis
(1530/1606), famoso médico italiano, hoje conhecido como um dos
precursores da ginástica moderna. Ainda nesta época persistiam também os
objetivos militaristas, para a segurança dos senhores feudais e suas
terras.
Após a Idade Média, desenvolveram-se sistemas de educação física,
buscando suprir as necessidades de seus povos. A ginástica artística, como
é praticada hoje, teve seu início nos fins do século XVIII, por causa do
renascimento da prática da educação física nos meios escolares. Os líderes
deste movimento, que buscava inserir aulas de ginástica nas escolas eram:
JEAN-BERNARD BASEDOW (1723/1790), fundador de um ginásio na Alemanha,
JOHANN- CRISTOPH GUTS MUTHS (1759/1839), autor de “Gymnastic fur Jugend” e
GERHARDE VIETH (1763/1836) na Alemanha; e JOHANN PESTALOZZI (1746/1827) na
Suíça.
Os líderes, porém, que mais influenciaram a ginástica artística
foram, sem dúvida, o alemão Jahn e o sueco Ling. FRIEDRICH LUDWIG JAHN
(1778/1852) nasceu em Lanz, NAS CERCANIAS DE Lenzen, uma aldeia de
Brandemburgo (norte da Alemanha), e serviu o exército prussiano. Em 1811,
criou uma escola de ginástica perto de Berlim. Ele é conhecido como o
“Pai da Ginástica” (Turnvater), porque iniciou um movimento de
união (“verein”) da ginástica (“turn”), o qual denominou “Turnverein”
(Sociedade da Ginástica). Jahn foi o idealizador da barra fixa, das barras
paralelas, cavalo com alças, trave de equilíbrio, aparelhos de salto sobre
o cavalo e subida em corda lisa.
PEHR HENRICK LING (1776/1839) introduziu seu sistema de educação
física na Suécia. Preconizava o objetivo de dar exercícios físicos para um
número maior de praticantes (massificação), a começar pelas escolas. Ling
é considerado o “Pai da Escola Sueca”, em virtude de seu sistema
baseado nos estudos de anatomia e fisiologia, que buscavam fins mais
terapeuticos. A escola sueca exerceu grande influência nos demais países
da Europa Ocidental e Central. Ling fez ressaltar a grande importância de
se dar pontos de apoio para o corpo humano, para que ele pudesse
exercitar-se e não usá-lo como instrumento. Outras
escolas apareceram, e tiveram grande influência na ginástica artística. Na
escola suíça, fundada por PHOCION CLIAS (1782/1854), muito parecida com a
escola alemã, a ginástica enraizou-se profundamente, e até hoje vemos a
grande importância da Federação Suíça de Ginástica. Nas tradicionais
festas nacionais da Suíça, já se viam provas de atletismo e ginástica.
Clias emigrou para a França, e levou consigo a invenção do trapézio e a
responsabilidade do ensino da ginástica naquele país. Lá, ele encontrou a
escola francesa de ginástica, graças ao trabalho de FRANCISCO AMOROS Y
ONDEANO (1769/1849), espanhol, naturalizado francês (o fundador da
ginástica na França). No seu “Manual de Educação e Moral”, Amoros
idealizou uma nomeclatura completa para os alunos e professores sobre
anatomia, fisiologia, música e um método adaptável à ginástica civil,
industrial, militar e médica. Amoros foi um grande admirador de Pestalozzi (1746/1827) e, como
tal, via na ginástica poderoso instrumento pedagógico e um meio de
observação psicológica dos alunos. Após Amoros, Napoleon Laisné introduziu, em
1869, a ginástica nas escolas de Paris. Na sua obra “Ginástica Prática”,
fez ressaltar uma nomeclatura precisa de todos os exercícios realizados
com ou sem implementos, e criou normas pedagógicas para que a ginástica
pudesse atender a todos, meninos, jovens e adultos.
Outra escola que merece destaque é a da Tchecoslováquia. Seu
criador foi o atleta, famoso naquele país, MIROSLAV TYRS (1862/?). Para
Tyrs, saúde, força e beleza eram três palavras que reuniam o seu ideal, em
matéria de educação. Com este trabalho conseguiu sensibilizar o povo
tcheco, e com isso levou a população a fazer demonstrações com até 200.000
participantes.
O período seguinte, compreendido entre 1875 e 1935, corresponde
à divulgação das escolas pelo mundo e sua implantação na Europa
Ocidental e Central. E foi ali, no seio das sociedades ginásticas,
que nasceram os primeiros educadores físicos. Já havia surgido
na França a mais antiga das federações: a UNIÃO DE SOCIEDADE
GINÁSTICA FRANCESA (1833), que é antecessora da atual Federação
Francesa de Ginástica. Em 1875 iniciou-se, ainda na França,
a construção de ginásios próprios para a prática da ginástica.
Em 1881 surgiu a FIG (Federación Internacionale de Gymnastique),
fundada na cidade de Chiasso, na Suíça. Deste modo, a partir
de então conseguiu-se reunir um número cada vez maior de países
importantes e comandar, assim, os Jogos Olímpicos e Campeonatos
Mundiais.
Convém ressaltar que, até este ano, o Brasil não havia
participado de nenhuma Olimpíada. Porém, com a recente criação
da C.B.G. (Confederação Brasileira de Ginástica) o Brasil foi
convidado pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) e pela F.I.G.
a participar das próximas Olimpíadas (Moscou), com um ginasta
e uma ginasta. No Brasil a ginástica teve início com a colonização
alemã, em 1824, no Rio Grande do Sul, sendo utilizada como forma
de lazer. As primeiras competições tiveram início em 1896, no
mesmo estado. Em 1938 a 2ª Guerra Mundial deu fim a essas competições,
que só vieram a reerguer-se anos mais tarde. Destacamos, entre
as considerações históricas os pontos: -
1881 (Suíça) - Criação do Comitê Permanente das Federações
Européias de Ginástica, que, a partir de 1921, passou a se chamar
FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA (FIG) -
1951 (São Paulo - ginásio do Pacaembu) - 1º campeonato brasileiro
oficial de ginástica artística, organizado pela CBD (Confederação
Brasileira de Desportos), envolvendo 3 estados: Rio Grande do Sul, Rio de
Janeiro e São Paulo, tendo a equipe do Rio Grande do Sul conquistado o 1º
lugar -
1954 - participação no Mundial de Roma -
1978 - Criação da C.B.G. (homologada em 79) em Brasília -
1978 (São Paulo - ginásio do Ibirapuera) - Brasil sedia a III Copa
do Mundo de Ginástica artística (Artística), evento oficial da FIG (a
primeira realizada na Inglaterra, a segunda na Espanha) -
1978/79 - Campeonatos Mundiais de Strassburgo em 1978, e Texas em
1979, com a participação do Brasil com equipes completas. 2. BRASIL - RESULTADOS NOS JOGOS
PAN-AMERICANOS (PUBLIO,
1998)
- 1951 (B.
Aires - Argentina): 1º participação do Brasil em evento internacional,
obtendo 4º lugar por equipe no masculino (não houve competição
feminina) - 1955 (Cidade
do México - México): 6º lugar por equipe no masculino (não houve
competição feminina) - 1959 (Chicago
- EUA): Brasil não concorreu por equipes (primeira competição
feminina) - 1963 (São
Paulo - Brasil): 5º lugar por equipe no masculino e 4º no feminino - 1967
(Winnipeg - Canadá): Brasil
não participou com equipes completas - 1971 (Cali -
Colômbia): 5º lugar por equipe no masculino e no feminino - 1975 (Cid. do
México - México): 4º lugar por equipe no masculino e 5º no feminino - 1979 (San Juan - Porto Rico): pela primeira vez a recém fundada CGB obtém medalha de bronze com sua equipe masculina, conseguindo 4º lugar no
feminino - 1983 (Caracas - Venezuela): medalha de bronze para a equipe
feminina e 4º lugar para a equipe masculina - 1987
(Indianápolis - EUA): medalha de bronze para a equipe masculina e
individualmente para Luisa Parente nas paralelas assimétricas, ficando a
equipe feminina em 4º lugar - 1991 (Havana
- Cuba): 2 medalhas de ouro para Luisa Parente, no salto sobre o cavalo e
paralelas assimétricas, e 4º lugar por equipe no feminino - 1995 (Mar del
Plata - Argentina): 4º lugar por equipe no feminino e 7º no masculino - 1999
(Winnipeg - Canadá): medalha de bronze por equipe no feminino (ouro do
Canadá e prata dos EUA) e 7º lugar no masculino. A gaúcha Daiane dos
Santos conquista, nas finais por aparelhos, prata no salto sobre o cavalo
e bronze no solo. Marília Gomes consegue 4º lugar na trave de equilíbrio,
e 5º nas assimétricas. Por pouco não traz mais um bronze! 3. BRASIL - RESULTADOS NOS JOGOS OLÍMPICOS
(PUBLIO,
1998)
-
1980 (Moscou - União Soviética) : classificam-se no mundial de 1979
um ginasta e uma ginasta do Brasil (João Luis Ribeiro e Cláudia
Magalhães), representando a 1ª participação do Brasil em uma
olimpíada -
1984 (Los Angeles - EUA): representam o Brasil os ginastas Gerson
Gnoatto e Tatiana Figueiredo, esta, tendo conseguido passar pela etapa
classificatória terminando em 27º lugar entre as 36 finalistas. -
1988 (Seul - Coréia do Sul): Guilherme Saggese Pinto e Luisa
Parente representam o Brasil. Luisa classifica-se entre as 36 finalistas.
Com um erro de queda na trave de equilíbrio, terminou em 34º lugar na
classificação individual
geral. -
1992 (Barcelona - Espanha):
Marco Antônio Monteiro e Luisa Parente representam o Brasil, sem
conseguir vaga nas finais. -
1996 (Atlanta - EUA): Soraya Carvalho, única representante
brasileira selecionada no mundial de Sabae, no Japão (1995), e 9º lugar
individual geral na trave de equilíbrio no Mundial de Porto Rico (1996),
tem uma fratura de tíbia dias antes do evento, o que a impediu de
participar da competição. -
2000 (Sydney – Austrália): A pequena Daniele
Hypolito é a primeira ginasta brasileira a classificar-se para as
finais de uma olimpíada, e conquista a oitava colocação, competindo com
ginastas campeãs mundiais como Svetlana Korkina, da Rússia e outras. Nossa
ginasta foi prejudicada pela arbitragem, que, não percebendo que o cavalo
para saltos estava em altura inferior à oficial, não permitiu que Daniele
repetisse o salto, direito que concedeu às ginastas romenas e russas, mas
mesmo assim ficou com a 21ª colocação individual geral. 4. OS JOGOS OLÍMPICOS E A EVOLUÇÃO TÉCNICA
DA GINÁSTICA ARTÍSTICA (PAIVA,
s/d e PUBLIO, 1998)
A ginástica artística é esporte presente desde a primeira olimpíada
da era moderna, em Atenas (Grécia), no ano de 1896, época em que o esporte
era apenas masculino, com provas de argolas, barra fixa, barras paralelas,
cavalo com alças, salto sobre o cavalo, e subida em corda lisa. Desde
então evoluiu imensamente até se tornar o que vemos nas apresentações dos
ginastas de hoje. A evolução técnica e histórica da ginástica artística
seguem paralelas. Daí, vemos necessidade de diferenciar as etapas,
baseadas nos Jogos Olímpicos, até os dias atuais: 1ª etapa: de 1896 até....... 1924 (Jogos Olímpicos de
Paris) 2ª etapa: de 1925 até....... 1936 (Jogos Olímpicos de
Berlim) 3ª atapa: de 1937 até....... 1952 (Jogos Olímpicos de
Helsinque) 4ª atapa: de 1953 até....... 1964 (Jogos Olímpicos de
Tóquio) 5ª atapa: de 1965 até....... 1968 (Jogos Olímpicos do
México) 6ª atapa: de 1969 até....... 1972 (Jogos Olímpicos de
Munique) 7ª atapa: de 1973 até....... 1976 (Jogos Olímpicos de
Montreal) 8ª atapa: de 1977 até....... 1980 (Jogos Olímpicos de
Moscou) * E segue desta maneira, de acordo com os ciclos olímpicos atuais,
que são de 4 anos, até Atlanta/96. Isto porque é após cada Olímpíada que a
F.I.G. faz as alterações no Código de Pontuação da Ginástica, promovendo,
com isso, a atualização técnica das diferentes provas. Esta evolução da ginástica artística deve-se a certos
fatores, que estão diretamente relacionados a ela: 1)
Modificações constantes dos regulamentos técnicos (código de
pontuação); 2)
Modificação ou aparecimento de aparelhos novos; 3)
Modificação dos critérios de julgamento; 4)
A influência de certas nações, no contexto da ginástica
artística; 5)
As influências individuais, criando novos padrões de execução; 6)
O aperfeiçoamento físico e o aperfeiçoamento das técnicas de
ensino-aprendizagem. Assim é
que, em 1924, os exercícios eram baseados na força e no equilíbrio, em que
prevaleciam um ritmo lento de execução e a necessidade de demonstrar
partes estáticas prolongadas. Os ginastas eram brevilíneos, e com grande
desenvolvimento da musculatura da parte superior do tronco. As provas
disputadas eram: -
Barra fixa (série obrigatória
“O” e livre “L”) -
Barras paralelas (O + L) -
Argolas (O + L) -
Cavalo com alças (O + L) -
Corda lisa (subida cronometrada) -
Cavalo para salto (longitudinal e transversal) -
Salto em altura, com vara e 100 metros rasos A etapa
seguinte (1925/36) foi marcada pela surpresa dos juízes e da maioria dos
participantes dos campeonatos da época, quando os ginastas dos países
nórdicos apresentaram uma inovação: a combinação de movimentos de força
com embalo. Esta iniciativa foi muito apreciada, embora lutassem contra
ela os técnicos, argumentando que os movimentos de embalo eram de domínio
circense e não de ginástica artística. Esta foi, talvez, uma das mais
importantes fases evolutivas da atual arte ginástica, porque dela se
originou a tendência atual do trabalho em ginástica. E nesta etapa devemos
citar ZARWALA (Finlândia), ginasta que já utilizava a nova técnica
realizando, dentre outros movimentos: -
o “giro gigante” à frente e atrás, dominação alemã, troca de
empunhaduras na barra fixa; -
desloque e duplo mortal como saídas das argolas. Evidentemente, nesta época, a exibição desse ginasta
chegou a ser considerada espetacular. Foi ali, também, que apareceram, de
maneira acanhada, os exercícios de solo, em que se realizavam apenas
elementos de equilíbrio, força e flexibilidade, com muito pouco de parte
acrobática (kip de nuca e reversão à frente “übershlagen”). Em 1928
(Amsterdam) ocorreram as PRIMEIRAS COMPETIÇÕES FEMININAS em Olimpíadas. Na
próxima etapa (1937/52), nitidamente um período mais longo, por causa da
interrupção da 2ª Guerra Mundial, observou-se a afirmação dos exercícios
de embalo e modificações em alguns aparelhos: -
as paralelas assimétricas, simétricas, argolas e barra fixa podem
ser reguladas em altura e largura; -
o salto sobre o cavalo continua em sentido longitudinal, agora
executado com trampolim mais macio que os anteriores. Os
exercícios de solo começaram a ser executados de maneira mais geral e
codificada. As seqüências de movimentos passam a ser muito variadas e a
acrobacia faz definitivamente sua afirmação. As partes estáticas ainda
eram numerosas. Para que
se pudesse padronizar o julgamento das competições, a FIG, em 1919, criou
o CÓDIGO DE PONTUAÇÃO, que foi a primeira tentativa de criar normas
técnicas de execução na ginástica artística. Na
ginástica feminina, eram realizados exercícios de equilíbrio sobre uma
viga de madeira, que originou a atual trave de equilíbrio. Aos poucos
foram eliminadas as provas de barra fixa, cavalo com alças e argolas para
as mulheres. Vale lembrar que, no Campeonato Mundial de 1950, ainda
existiam três provas de atletismo junto com as de ginástica: salto com
vara; salto em altura; 100 metros rasos. Somente
em 1952 (Jogos Olímpicos de Helsinque) estas provas deixaram de integrar
as competições de ginástica artística. E foi ainda nestas Olimpíadas que
se destacaram os ginastas japoneses e russos, com domínio total dos
russos, que perdurou até 1960 (masculino) e até hoje (feminino). No
feminino destacam-se também Romênia e Estados Unidos, atualmente, e no
masculino a China e Japão.
A etapa seguinte, (1953/64), foi uma fase decisiva da ginástica,
marcada pela predominância dos movimentos de embalo, de descontração, da
flexibilidade e do movimento vivo (natural): P = F x V (potência é igual à
força multiplicada pela velocidade). Tudo estava apoiado em um
desenvolvimento físico mais científico. Esta etapa foi marcada ainda pela
supremacia dos russos, até 1960, quando o Japão arrematou o título perdido
em 1958, em Moscou. Foi também período para modificações nos
aparelhos: -
o cavalo com alças e para salto passa a ter 1,60m ao invés de 1,80m
de comprimento antigos – isto facilitaria dos giros no sentido transversal
e os deslocamentos; -
foi inventado o trampolim modelo “reuther” (atual), que permitiu
maior evolução dos saltos, sendo fixada a altura do cavalo em 1,35m para o
masculino e 1,20m para o feminino; -
o tablado de solo é recoberto por um tapete de proteção, que veio a
facilitar o desenvolvimento da prova de solo (antes realizado em tablado
de madeira sem tapete); -
nas argolas a substituição das cordas por cabos de aço veio
facilitar o trabalho, principalmente das partes de embalo e giros
(desloques), oferecendo mais segurança. Em 1958
aconteceu a primeira participação
feminina em mundiais (14º Campeonato). Ainda com a nova
regulamentação técnica internacional, vieram a fixação das dimensões do tablado de solo,
a diminuição do tempo das séries, impondo um ritmo mais rápido na execução
dos ginastas. Com isto as partes estáticas quase que desapareceram,
permanecendo apenas duas obrigatórias: -
o equilíbrio a força (parada
de mãos); -
o equilíbrio sobre uma só perna (avião
ou “Y”). As partes
acrobáticas tornaram-se mais variadas e maiores. O novo Código de
Pontuação influenciou muito a ginástica mundial, exigindo exercícios mais
difíceis, contendo no mínimo 11 elementos. Para tal os movimentos foram
divididos em 3 grupos: A, B e C, para o masculino e 2 grupos no feminino:
dificuldade superior e inferior. A partir daí, surgiu um item a mais
para julgado além da
execução: a dificuldade. E veio, também a necessidade de se avaliar o
encadeamento dos exercícios segundo as características próprias de cada
aparelho: o julgamento da composição (feminino) e combinação
(masculino). As etapas seguintes, que perduram até os nossos dias, foram mais rápidas e particularmente estão marcadas pelos eventos ginásticos de Jogos Olímpicos. E esta rápida e constante evolução, deve-se em grande parte aos avanços da biomecânica esportiva, que possibilitou novas técnicas de execução dos movimentos, novos saltos surgiram, novos elementos nos aparelhos, obrigando os técnicos, dirigentes e ginastas, a novas considerações e atualização nos estudos da ginástica. De 1937 a 1976, a ginástica volta a apresentar novas técnicas de execução dos movimentos e uma gama enorme de exercícios inéditos, com combinações originais, ainda não apresentados. Os novos exercícios passaram a ganhar o nome do ginasta que o executou pela primeira vez (Ex.: Salto Yamashita, Elemento de solo Shushonova, etc). Daí a necessidade de bonificar os ginastas com a pontos especialmente reservados para originalidade, risco e virtuosismo. Os graus de dificuldade dos exercícios também aumentaram: agora classificados em A, B, C, D, e E. Houveram então novas reformulações no Código de Pontuação, a última em 1996, após os Jogos Olímpicos de Atlanta, onde implementou-se o sistema de arbitragem com duas bancas para cada prova (Painel A e painel B), com funções distintas. Isto no intuito de tornar mais eficiente o trabalho dos árbitros. Novos elementos foram catalogados, e a tendência é que esta evolução continue até que sejam atingidos os limites do homem. Será que estes limites existem?
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