INICIANDO NOS APARELHOS FEMININOS

 

 

1. PARALELAS ASSIMÉTRICAS

a) Os balanços

b) A tomada de impulso com lançamento atrás à horizontal

c) O giro de quadril para trás (oitava de apoio para apoio)

d) Os quipes (kips)

e) Saída de sub-lance

2. TRAVE DE EQUILÍBRIO

 

          

1. Paralelas Assimétricas

 

            Este aparelho tem a característica de exigir acentuado trabalho de braços e musculatura abdominal, solicitando força de pernas unicamente nos movimentos de entrada e saída. Trabalha a alternância entre elementos de suspensão e apoio, quase sempre mantendo pernas e braços em extensão. A realização de alguns elementos básicos nas assimétricas irá fazer com que a ginasta possa aprender elementos técnicos de maior dificuldade com maior domínio.

          A uma ginasta que treina nas assimétricas é importante salientar que o cuidado com as mãos se faz necessário, uma vez que, com o excesso de atrito das mesmas nos barrotes, e o ressecamento causado pelo carbonato de magnésio, elas podem ferir-se. É importante o trabalho com os protetores palmares desde o início, para que se crie o hábito de usa-los, e a lavagem das mãos após o treino, para retirar os resíduos de magnésio, tratando as mãos com um creme hidratante. 

 

a)     Os balanços:

          O trabalho técnico deve iniciar-se com os balanços, que preparará a ginasta para a execução dos quipes mais tarde.  A ginasta deve colocar-se de pé sobre o solo, a uma certa distância do barrote inferior das paralelas, de forma que não consiga toca-lo sem que dê um ou dois passos. Se for baixa a criança, poderá posicionar-se sobre um trampolim oficial Reuther. De pés unidos a ginasta deverá saltar para agarrar o barrote baixo, com o corpo e os braços esticados, costas contraídas (peito fechado). A seguir a ginasta deverá, já em projeção para frente, afastar as pernas estendidas e carpar um pouco o quadril, pés em flexão plantar (ponta), passando sob o barrote, mantendo os ombros relaxados. Ao chegar ao ponto máximo do balanço à frente, unir as pernas e tornar a abri-las para o retorno. O balanço de retorno deverá ser com a mesma postura semi-carpada e com pernas afastadas e estendidas, és em ponta. Ao passar sob o barrote, a ginasta deverá manter o alinhamento braços-tronco, arqueando as costas (peito-fechado) como no início, tentando realizar um segundo balanço, com ligação direta (Martin, 1997:100).

               

b)     A tomada de impulso com lançamento atrás à horizontal:

          Iniciando em apoio facial sobre o barrote baixo, costas firmes e pernas bem esticadas, efetua-se uma flexão do quadril (carpando) levando os ombros e as pernas para além do barrote, mantendo os braços em extensão. Lança-se as pernas rapidamente para trás, empurrando o barrote para frente com os braços firmes em extensão. O quadril afasta-se do barrote, e o corpo é lançado para trás em extensão, até pelo menos a horizontal. Os ombros são mantidos acima do barrote, e a cabeça em posição normal. Retorna-se a seguir à posição inicial amortecendo a batida no barrote com flexão acentuada de quadril (Martin, 1997:107).

 

c)     Os giros de quadril para trás (oitavas):

          Giros de quadril trás, ou oitava é uma maneira de se passar do apoio sobre o solo ao apoio facial sobre o barrote inferior das assimétricas (entrada de oitava no aparelho). Pode-se fazer também uma oitava partindo do apoio sobre o barrote, para finalizar na mesma posição (giro livre de quadril).                                                                            

          A partir do apoio facial em um dos barrotes, faz-se a tomada de impulso atrás, levando os ombros acima do barrote, cotovelos em extensão. A seguir projeta-se os ombros para trás, cabeça alinhada ao tronco, mantendo-se o quadril junto ao barrote, e lançando as pernas unidas e esticadas sob o barrote, pés em flexão plantar (ponta),  carpando o corpo ligeiramente e iniciando uma rotação do mesmo para trás sobre o eixo do barrote (eixo transversal, com movimento no plano sagital). As mãos devem segurar o barrote permitindo que os pulsos girem, acompanhando o movimento do corpo. Ao completar-se 360º de giro, estende-se vigorosamente o quadril como forma de frear a rotação, finalizando em apoio facial, braços e pernas esticados, costas arredondadas (Martin, 1997:108).

          Este movimento pode ser feito também finalizando na parada de mãos sobre o barrote, sendo que necessita de maior velocidade de execução e forte projeção dos ombros em antepulsão no final do movimento, com os cotovelos em extensão. 

 

d)     Os quipes  (kips):

          Os quipes são formas de se passar da suspensão ao apoio por meio de um impluso gerado pela flexão do quadril trazendo as pernas ao tronco à frente do corpo (fechamento), e enérgica extensão em abertura, juntamente com a retropulsão (abaixamento) dos braços estendidos sobre o tronco. Há vários tipos de quipe.

          Explicando melhor o quipe facial: A partir de um balanço, a ginasta passa o corpo fletido sob o barrote baixo das paralelas, estende o corpo para terminar o balanço à frente. Executa uma rápida flexão do quadril (fechamento) trazendo as pernas de encontro ao barrote, estendidas. A cabeça mentem-me alinhada ao tronco. A seguir estende-se fortemente o quadril em abertura, faz-se deslizar o barrote ao longo das pernas até o quadril e, ao mesmo tempo, faz-se uma forte retropulsão (abaixar os braços sem flexionar os cotovelos) para elevar o tronco da ginasta para o alto, finalizando em apoio facial, cotovelos em extensão e costas ligeiramente  arqueadas (peito fechado).

 

 

 

e)   As saídas de sub-lance: O movimento é semelhante ao realizado na barra fixa.

 

 

2. Trave de Equilíbrio

 

          A adaptação à trave deve ser feita desde o início, mas a execução dos elementos técnicos só virá mais tarde. Na adaptação é importante que a ginasta consiga sentir-se à vontade em cima do aparelho para andar, deslocar-se de diferentes maneiras, girar, brincar e até mesmo dançar, sentindo segurança e conhecendo bem as dimensões do aparelho. O controle da postura é muito importante para um bom equilíbrio na realização dos movimentos na trave.

          A aprendizagem de elementos técnicos na TRAVE DE EQUILÍBRIO depende que sua aprendizagem esteja consolidada no solo primeiramente.

          O procedimento pedagógico básico para a adaptação e aprendizagem de elementos na trave de equilíbrio deverá seguir a algumas etapas para que obtenha êxito. Acompanhe:

  • Adaptação da técnica: a realização do movimento no solo dá liberdade de apoio à ginasta, já na trave a colocação dos pés deve ser feita um atrás do outro, em alinhamento.

  • Realização do elemento sobre uma linha reta traçada sobre o solo.

  • Realização do elemento sobre o banco sueco, coberto por um colchão, tendo ao centro uma linha reta traçada como referência.

  • Transferência da mesma execução para a trave baixa (ou banco sueco invertido), protegida por um colchão ou protetor acolchoado para trave.

  • Elevar a altura da trave gradativamente, até atingir a altura oficial, permanecendo o acolchoado e ajuda, se necessário for.

  • Realização do movimento propriamente dito, na trave de equilíbrio oficial.

A passagem de uma etapa para outra só poderá acontecer quando houver boa freqüência de acerto na etapa anterior. Ex.: Se executo 10 tentativas de uma parada de mãos sobre uma linha reta no solo, conseguindo o apoio das mãos e pés sobre a linha e sem desequilibrar-me em todas as tentativas, posso tentar realizar o mesmo no banco sueco... e assim por diante.