2. Salto frontal grupado sobre o plinto ("Höcke") 3. Salto afastado sobre o plinto ("Grätsche")
Quando se pretende aprender um salto sobre o cavalo, é importante que já se tenha feito atividades para a adaptação ao trampolim, que na maioria das vezes é substituído por um equipamento auxiliar chamado mini-tramp (ou mini-trampolim), que é uma mini-cama elástica. Neste caso, estar adaptado ao mini-tramp também será de fundamental importância. Esta adaptação se faz com saltos livres e orientados sobre um colchão de aterrissagem, ainda sem o uso do cavalo ou plinto como obstáculo. Vencida a etapa de adaptação, o que normalmente se aprende são saltos preliminares, que ainda não têm valor no Código de Pontuação por serem extremamente fáceis, mas que irão ajudar na aprendizagem de saltos mais complexos que virão na seqüência. Veremos algumas idéias de trabalho dos saltos preliminares com o mínimo de material possível, possibilitando facilmente que seja desenvolvido um trabalho do tipo em escolas e outros locais não especializados em ginástica artística. Vamos então ao primeiro salto:
2. Salto frontal grupado sobre plinto (salto
“Höcke”) Objetivos: Desenvolver a coordenação específica para o
salto, e as habilidades necessárias para realizá-lo com ou sem o auxílio
do trampolim Material: Área gramada ou colchões para ginástica de solo,
trampolim oficial de ginástica olímpica ou material adaptado. Colchão ou
caixa de areia para aterrissagem. Descrição técnica do salto grupado sobre o plinto: Após uma
breve corrida de aproximação e tomada de impulso no trampolim com os pés
unidos, realizar o primeiro vôo com o corpo estendido e apoiar as mãos
sobre o plinto, posicionado na transversal. Nesse instante, desenvolver
repulsão de ombros, empurrando o aparelho para baixo, sem flexionar os
cotovelos, levando os joelhos ao peito e transpondo o aparelho, em postura
grupada. Em seguida, após o segundo vôo, estender o corpo rapidamente até
a posição de pé sobre colchão de queda ou caixa de areia (Santos,
1986). Formas de ajuda: dois ajudantes, um em cada lado do
trampolim, irão, ao toque dos pés do executante no trampolim, segurar uma
de suas mãos no braço e outra conduzindo o executante na direção do salto,
com pegada na parte posterior da coxa. (Pode-se trabalhar somente com um
ajudante). Sugestões de atividades individuais (Santos,
1986): - “Salto da lebre” no solo: O executante, agachado,
deverá saltar para frente estendendo o corpo, para alcançar o solo com as
mãos espalmadas, braços estendidos. Em seguida, flexionar as pernas
trazendo os joelhos para frente, e apoiando os pés entre as mãos. Estas
saem rapidamente do solo para iniciar novo salto da lebre (FIG. 1). FIGURA 1 Fonte: (Santos, 1986: 150) - Executar o “salto da lebre” sobre o plinto na
longitudinal, inicialmente com dois módulos, podendo aumentar
progressivamente de acordo com a capacidade dos alunos. - Corrida de aproximação com impulso no solo ou
trampolim, realizar salto grupado sobre o plinto, com apoio dos pés sobre
o mesmo, seguido de salto estendido para o colchão ou caixa de areia. O
número de módulos a ser utilizado no plinto dependerá da impulsão: se for
realizada no solo, iniciar com três módulos, se realizada no trampolim,
iniciar com quatro módulos. Pode-se ir aumentando a altura do plinto à
medida que a habilidade da turma permitir. - Salto grupado transpondo o plinto, inicialmente na
transversal, somente após muito treino na longitudinal, como apresentado
na figura, com ajuda do professor ou de dois alunos, que deverão
posicionar-se ao lado do trampolim ou local de impulsão, segurando o braço
do executante com uma das mãos, e a outra impulsionará o corpo para cima,
pegando na parte posterior da coxa que estiver do seu lado. Esta ajuda
poderá ser eliminada para os alunos com maior habilidade (FIG. 2) FIGURA 2 Fonte: (Santos, 1986: 149) Na medida em que o domínio do salto for sendo consolidado, transfere-se a execução para o cavalo para saltos oficial. Vejamos agora mais um salto preliminar: 3. Saltos afastado sobre plinto (salto “Grätsche”) Objetivos: Desenvolver a coordenação específica para o
salto, e as habilidades necessárias para realizá-lo com ou sem o auxílio
do trampolim Material: Trampolim oficial de ginástica olímpica ou
material adaptado. Colchão ou caixa de areia para aterrissagem. Formas de ajuda: Tanto nas atividades educativas quanto no
salto afastado completo a ajuda deverás ser feita por um só ajudante,
posicionado na área de queda (após o cavalo), e que fará uma puxada pelos
braços do executante na direção da área de aterrissagem, puxando-o desde o
1º vôo, até que este recupere seu equilíbrio na posição final. No momento da ajuda o ajudante
deverá deslocar-se para trás, evitando chocar-se com o executante. Descrição técnica do salto afastado sobre o plinto: Após uma
corrida e tomada de impulso no solo ou trampolim, com os pés unidos, o
executante realizará o primeiro vôo com o corpo estendido até tocar com
ambas as mãos no plinto, disposto transversalmente, braços estendidos e
alinhados aos ombros. Nesse instante, ele deverá desenvolver repulsão de
ombros, empurrando o aparelho para baixo e realizando o segundo vôo com as
pernas afastadas. Ao iniciar a fase descendente deste último vôo, as
pernas estendidas deverão se unir até a posição de pé sobre colchão de
queda ou caixa de areia, amortecendo o impacto com semi-flexão dos
joelhos, estendendo-os a seguir. Sugestões de atividades individuais ou em duplas
(Santos, 1986): - Realizar o “salto da lebre”, descrito nas atividades
do salto grupado sobre o plinto, porém, com afastamento das pernas
estendidas no plano frontal (FIG. 1). Feito isto, o próximo passo será
realizar o “salto da lebre” tentando exercer maior repulsão dos ombros
sobre o solo. FIGURA 1 Fonte: (Santos, 1986: 157) - Em duplas, um aluno agacha no solo, e o outro irá,
após alguns passos de corrida, tentar saltar por sobre suas costas,
apoiando as mãos conforme FIG. 2, e passando as pernas afastadas e
estendidas pelas laterais do colega, unindo a seguir para aterrissar de pé
(“pula sela”). O aluno que estiver agachado poderá aumentar a altura de
suas costas na medida em que o colega for solicitando. As posições se
invertem após algumas repetições, para que ambos os alunos realizem a
atividade. FIGURA 2 Fonte: (Santos, 1986: 156) - Partindo da posição agachada sobre uma das
extremidades o plinto, disposto na longitudinal, o executante deverá
realizar o “salto da lebre” com as pernas afastadas e estendidas, apoiando
as mãos na extremidade oposta do plinto, com braços estendidos e alinhados
aos ombros. Deverá haver um auxiliar, que ficará de frente, segurando o
executante pelos braços e puxando-o em sua direção, acompanhando o
exercício até sua finalização no solo, com pernas unidas (FIG. 3). FIGURA 3 Fonte: (Santos, 1986: 157) - Realizar uma corrida e impulsão no trampolim ou solo,
e fazer o salto afastado sobre o plinto, com ajuda do professor, apoiando
as mãos e em seguida os pés sobre o plinto, realizando salto estendido
para finalizar de pé sobre o colchão ou caixa de areia. - Após corrida e impulsão no trampolim ou solo, realizar
o salto afastado completo, com ajuda, transpondo o plinto somente com o
apoio das mãos. - Os alunos que já tiverem segurança poderão realizar o
salto afastado propriamente dito, sozinhos, utilizando-se do equipamento
oficial.
1 - LE BOULCH, Jean. O Desenvolvimento Psicomotor:
do Nascimento aos 6 Anos. Porto Alegre. Artes Médicas,
1982. |