AJUDA E SEGURANÇA

 

1. Ajuda e proteção

1.1. Tipos de ajuda

1.2. Localizações anatômicas

2. Fundamentos indispensáveis na prevenção de acidentes

3. Materiais que ajudam na prevenção de acidentes

 

  

1. Ajuda e proteção: A “ajuda” é uma participação exterior que se une a uma ação proposta, onde há contato direto com o executante, segurando-o, conduzindo-o. A “proteção” consiste em uma pessoa manter-se próximo do executante, e, se necessário, intervir ajudando no momento crucial do exercício.  A ajuda e a proteção têm alguns objetivos importantes: facilitar a aprendizagem, evitar erros técnicos, evitar acidentes, desenvolver na criança a auto-confiança. No primeiro caso, a ajuda deve ser feita durante todo o movimento para completá-lo. Já, no segundo caso, a ajuda, quando necessária, é feita numa passagem difícil que poderá provocar queda, ou o professor fará apenas participação de expectativa para se evitar o perigo numa possível falha do ginasta.

          A ajuda deve ser efetuada de tal maneira a não atrapalhar a execução do movimento: é preciso saber como, quando e onde segurar o ginasta.

          Pode-se também, na ginástica artística, trabalhar num sistema em que os próprios ginastas aprendam a ajudar o companheiro. Isto apresentará como conseqüência uma melhoria técnica, maior segurança e responsabilidade, além de ser uma eficiente forma de organização pedagógica.     

1.1.Tipos de ajuda:

  • Condução: o ajudante acompanha o ginasta em todo o movimento, segurando-o, direcionando sua execução.

  • Sustentação: manutenção prolongada do ginasta em uma determinada posição, segurando-o e corrigindo sua postura.

  • Empurrada: ajuda rápida durante um deslocamento do ginasta, empurrando-o para cima, para aumentar a altura de um salto, acelerando a rotação de um giro, etc.

  • Puxada: tipo de ajuda feita puxando o ginasta em direção ao ajudante, e este deverá sempre se deslocar para trás dando espaço para que o ginasta finalize seu movimento, evitando colisões.

  • Com giro: ajuda rápida durante a execução de giros, com pegadas muitas vezes cruzadas que possibilitam o acompanhamento das rotações do executante sem soltá-lo.

1.2. Localizações anatômicas: De acordo com o elemento técnico, a ajuda pode ser feita segurando o executante pelo braço, coxa, costas, glúteos, antebraço, cintura, abdome, tórax.

 

2. Fundamentos indispensáveis na prevenção de acidentes: (NISTA, 1984:12 e SMOLEUSKIY & GAVERDOUSKIY, s.d.:383) É preciso buscar a segurança nos treinos, o que irá envolver a organização geral do trabalho, representando todos os cuidados que devemos ter para evitar acidentes.

 

AO PROFESSOR / TREINADOR:

1) Lembrar-se que acidentes em ginástica olímpica são causados e não apenas acontecem. As causas dos acidentes podem estar em vários pontos: indisciplina dos alunos, ausência de controle médico, ajudas feitas de maneira indevida, tentativa de aprendizagem de exercícios além das capacidades do ginasta no momento, turmas com excessivo número de alunos, aparelhos fixados indevidamente, e outros.

2) Faça com que seus alunos conheçam os fundamentos técnicos de segurança que lhes são indispensáveis.

3) Saliente a necessidade da responsabilidade individual quanto à segurança pessoal.

4)  lnspecione diariamente os equipamentos antes de usá-los.

5)  Assegure a melhor progressão no ensino dos exercícios.

6) Não permita que o aluno tente um exercício antes que esteja preparado para executá-lo.

7) Assegure o desenvolvimento progressivo das qualidades físicas dos executantes, lançando mão de exercícios adequados de preparação física.

8) Procure desenvolver no aluno sua confiança própria.

9) Procure encorajar o aluno a criar suas rotinas de exercícios, ao invés de apenas aprender aquelas criadas pelo professor, desde que nunca as execute sem a aprovação do mesmo.

10) Organize seu plano de trabalho de maneira que possa confiar aos seus alunos a responsabilidade pelo seu próprio aprendizado.

11) Saiba prestar os primeiros socorros nos diferentes tipos de lesões.

 

AO EXECUTANTE

1) Aprenda e use exercícios adequados para assegurar sua força, flexibilidade, coordenação e agilidade, isto é, sua melhor forma física.

2) Nunca tente um exercício além de suas habilidades.

3) Aprenda a executar seguramente as posições e movimentos fundamentais, base do seu próprio aprendizado e especialização.

4) Aprenda a proteger-se antes de executar um exercício.

5) Siga as orientações de seu professor, para sua segurança.

6) Use sempre roupas apropriadas para o treinamento.

 

          A fim de precisar a noção de progresso, é necessário determinar objetivamente a complexidade da tarefa, a fim de saber se ela é equivalente, superior ou inferior àquelas já vivenciadas. Esta tarefa apresenta, portanto, uma dificuldade relativa para o indivíduo, pois devemos levar em consideração a sua habilidade já desenvolvida. Fazer um giro gigante na barra fixa, para um campeão nacional de Ginástica Artística, é algo extremamente fácil, enquanto que para um iniciante, parece uma mágica. Logo, é preciso conhecer bem os ginastas com os quais se vai trabalhar, para estabelecer atividades seguras e com o adequado nível de exigência técnica.

            Deve-se levar em consideração também, nas palavras de LEGUET (1987), “que os progressos na ginástica não são lineares, e sim descontínuos, e as regressões ou estagnações podem ocorrer”.

 

3. Materiais que ajudam na prevenção de acidentes:

          Na ginástica escolar e recreativa, o nível técnico dos exercícios não exige tanto do corpo a ponto de necessitarmos de todos os materiais como os que descreveremos a seguir. É preciso ter bom senso. Mas na ginástica com fins competitivos, é importante que se tome todos os cuidados, pois o nível técnico torna-se cada vez mais elevado, e o físico é cada vez mais exigido, os impactos maiores... e nada melhor do que estar seguro para a prática da ginástica.

          Nos aparelhos com empunhaduras, temos o carbonato de magnésio, que é um pó químico, branco e fino, que tem a função de manter as mãos do ginasta secas durante exercícios nos aparelhos. A sudorese excessiva nas palmas das mãos representa um grande risco delas escorregarem das barras, provocando quedas.

          As palmas das mãos podem ser também protegidas de lesões por atrito quando a ginasta utiliza protetores palmares, que são equipamentos de couro, ajustáveis aos punhos por meio de velcro ou fivelas, e presos aos dedos anular e médio, que permitem a realização dos elementos sem prejuízo técnico. Estes protetores devem ser utilizados nos treinamentos de barra fixa e paralelas (masculinas e femininas) e é permitido utilizá-los em competições. Munhequeiras, suportes reforçados para a articulação do punho e tornozeleiras são muito utilizados por ginastas para prevenir lesões. 

 

Magnésio

Protetores palmares

Suporte de punho

 

            Na aprendizagem de giros de quadril, lançamentos a partir do apoio facial nas barras fixa e assimétricas, pode-se fazer uso de um acolchoado de espuma densa somente no local da barra em que se fará o apoio do quadril, preso às barras por meio de velcro. A empunhadura do ginasta deve ser feita diretamente sobre o barrote. Estes acolchoados não são permitidos nas competições, sendo eficientes somente no início da aprendizagem, evitando choques bruscos do ginasta contra o barrote.

          Para a aprendizagem de acrobacias com giros no eixo transversal (látero-lateral) do corpo, foram criados os cinturões de acrobacias, que devem ser colocados na cintura do ginasta, e que aumentam em muito a segurança na aprendizagem de acrobacias com fase de vôo. Há vários tipos de cinturões: os que se prendem ao teto do ginásio, e os que são seguros por duas pessoas, que acompanham o movimento deslocando-se ao lado do ginasta executante, as quais seguram as cordas presas nas argolas fixas nas laterais do cinturão.

          No treinamento competitivo, ao aprender os giros gigantes nas barras fixa e assimétricas, há técnicos que acham mais seguro faze-lo com a ajuda de um “cinto para caninho", que é um cinto de couro macio ou tecido grosso que prende os punhos do ginasta à barra, para evitar que ele escape em conseqüência da força centrípeta gerada pelo giro. Há técnicos que não aprovam o uso do cinto, porque este pode causar lesões no punho do ginasta. Neste caso, é importante que o treino seja feito sobre um fosso de espuma, e que seja feita uma ajuda eficiente. 

 

Acolchoados para barrotes

Cinturão de acrobacias

Cinto para caninho