2. Fundamentos indispensáveis na prevenção de acidentes 3. Materiais que ajudam na prevenção de acidentes
1. Ajuda e
proteção: A “ajuda” é uma
participação exterior que se une a uma ação proposta, onde há contato
direto com o executante, segurando-o, conduzindo-o. A “proteção” consiste
em uma pessoa manter-se próximo do executante, e, se necessário, intervir
ajudando no momento crucial do exercício. A ajuda e a proteção têm
alguns objetivos importantes: facilitar a aprendizagem, evitar erros
técnicos, evitar acidentes, desenvolver na criança a auto-confiança. No
primeiro caso, a ajuda deve ser feita durante todo o movimento para
completá-lo. Já, no segundo caso, a ajuda, quando necessária, é feita numa
passagem difícil que poderá provocar queda, ou o professor fará apenas
participação de expectativa para se evitar o perigo numa possível falha do
ginasta. A ajuda deve ser efetuada de tal maneira a não atrapalhar a execução do movimento: é preciso saber como, quando e onde segurar o ginasta. Pode-se também, na ginástica artística, trabalhar num sistema em que os próprios ginastas aprendam a ajudar o companheiro. Isto apresentará como conseqüência uma melhoria técnica, maior segurança e responsabilidade, além de ser uma eficiente forma de organização pedagógica.
1.2. Localizações anatômicas: De acordo com o elemento técnico, a
ajuda pode ser feita segurando o executante pelo braço, coxa,
costas, glúteos, antebraço, cintura, abdome, tórax.
2. Fundamentos indispensáveis na
prevenção de acidentes:
(NISTA, 1984:12 e SMOLEUSKIY & GAVERDOUSKIY, s.d.:383) É preciso
buscar a segurança nos treinos, o que irá envolver a organização geral do
trabalho, representando todos os cuidados que devemos ter para evitar
acidentes. AO PROFESSOR / TREINADOR: 1) Lembrar-se que acidentes em
ginástica olímpica são causados e não apenas acontecem. As causas dos
acidentes podem estar em vários pontos: indisciplina dos alunos, ausência
de controle médico, ajudas feitas de maneira indevida, tentativa de
aprendizagem de exercícios além das capacidades do ginasta no momento,
turmas com excessivo número de alunos, aparelhos fixados indevidamente, e
outros. 2) Faça com que seus alunos
conheçam os fundamentos técnicos de segurança que lhes são
indispensáveis. 3) Saliente a necessidade da
responsabilidade individual quanto à segurança pessoal. 4) lnspecione diariamente os equipamentos antes de
usá-los. 5) Assegure a melhor progressão no ensino dos
exercícios. 6) Não permita que o aluno tente
um exercício antes que esteja preparado para executá-lo. 7) Assegure o desenvolvimento
progressivo das qualidades físicas dos executantes, lançando mão de
exercícios adequados de preparação física. 8) Procure desenvolver no aluno
sua confiança própria. 9) Procure encorajar o aluno a
criar suas rotinas de exercícios, ao invés de apenas aprender aquelas
criadas pelo professor, desde que nunca as execute sem a aprovação do
mesmo. 10) Organize seu plano de trabalho
de maneira que possa confiar aos seus alunos a responsabilidade pelo seu
próprio aprendizado. 11) Saiba prestar os primeiros socorros nos diferentes tipos de lesões. AO EXECUTANTE 1) Aprenda e use exercícios
adequados para assegurar sua força, flexibilidade, coordenação e
agilidade, isto é, sua melhor forma física. 2) Nunca tente um exercício além
de suas habilidades. 3) Aprenda a executar seguramente
as posições e movimentos fundamentais, base do seu próprio aprendizado e
especialização. 4) Aprenda a proteger-se antes de
executar um exercício. 5) Siga as orientações de seu
professor, para sua segurança. 6) Use sempre roupas apropriadas
para o treinamento. A fim de
precisar a noção de progresso, é necessário determinar objetivamente a
complexidade da tarefa, a fim de saber se ela é equivalente, superior ou
inferior àquelas já vivenciadas. Esta tarefa apresenta, portanto, uma
dificuldade relativa para o indivíduo, pois devemos levar em consideração
a sua habilidade já desenvolvida. Fazer um giro gigante na barra fixa,
para um campeão nacional de Ginástica Artística, é algo extremamente
fácil, enquanto que para um iniciante, parece uma mágica. Logo, é preciso
conhecer bem os ginastas com os quais se vai trabalhar, para estabelecer
atividades seguras e com o adequado nível de exigência técnica.
Deve-se levar em consideração também, nas palavras de LEGUET
(1987), “que os progressos na ginástica não são lineares, e sim
descontínuos, e as regressões ou estagnações podem ocorrer”. 3. Materiais que ajudam na prevenção de
acidentes: Na ginástica
escolar e recreativa, o nível técnico dos exercícios não exige tanto do
corpo a ponto de necessitarmos de todos os materiais como os que
descreveremos a seguir. É preciso ter bom senso. Mas na ginástica com fins
competitivos, é importante que se tome todos os cuidados, pois o nível
técnico torna-se cada vez mais elevado, e o físico é cada vez mais
exigido, os impactos maiores... e nada melhor do que estar seguro para a
prática da ginástica. Nos
aparelhos com empunhaduras,
temos o carbonato de magnésio, que é um pó químico, branco e fino, que tem
a função de manter as mãos do ginasta secas durante exercícios nos
aparelhos. A sudorese excessiva nas palmas das mãos representa um grande
risco delas escorregarem das barras, provocando quedas.
As palmas
das mãos podem ser também protegidas de lesões por atrito quando a ginasta
utiliza protetores palmares, que são equipamentos de couro, ajustáveis aos
punhos por meio de velcro ou fivelas, e presos aos dedos anular e médio,
que permitem a realização dos elementos sem prejuízo técnico. Estes
protetores devem ser utilizados nos treinamentos de barra fixa e paralelas
(masculinas e femininas) e é permitido utilizá-los em competições.
Munhequeiras, suportes reforçados para a articulação do punho e
tornozeleiras são muito utilizados por ginastas para prevenir
lesões.
Na aprendizagem de giros de quadril, lançamentos a partir do apoio facial nas barras fixa e assimétricas, pode-se fazer uso de um acolchoado de espuma densa somente no local da barra em que se fará o apoio do quadril, preso às barras por meio de velcro. A empunhadura do ginasta deve ser feita diretamente sobre o barrote. Estes acolchoados não são permitidos nas competições, sendo eficientes somente no início da aprendizagem, evitando choques bruscos do ginasta contra o barrote. Para a
aprendizagem de acrobacias com giros no eixo transversal (látero-lateral)
do corpo, foram criados os cinturões de acrobacias, que devem ser
colocados na cintura do ginasta, e que aumentam em muito a segurança na
aprendizagem de acrobacias com fase de vôo. Há vários tipos de cinturões:
os que se prendem ao teto do ginásio, e os que são seguros por duas
pessoas, que acompanham o movimento deslocando-se ao lado do ginasta
executante, as quais seguram as cordas presas nas argolas fixas nas
laterais do cinturão. No
treinamento competitivo, ao aprender os giros
gigantes nas barras fixa e assimétricas, há técnicos que acham mais
seguro faze-lo com a ajuda de um “cinto para caninho", que é um cinto de
couro macio ou tecido grosso que prende os punhos do ginasta à barra, para
evitar que ele escape em conseqüência da força centrípeta gerada pelo
giro. Há técnicos que não aprovam o uso do cinto, porque este pode causar
lesões no punho do ginasta. Neste caso, é importante que o treino seja
feito sobre um fosso de espuma, e que seja feita uma ajuda
eficiente.
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