Ginástica para 3ª Idade Definição Diferencia-se a idade entre cronológica, biológica além de psicológica, social e funcional (Singer, 1981). Portanto é empírico afirmar com quantos anos se atinge a chamada "terceira idade". O que se pode afirmar é que a prática de atividade física regular através do tempo, tende a retardar a chegada dessa "terceira idade" por prolongar as capacidades funcionais normais do indivíduo devido à manutenção sadia das estruturas do organismo (qualidade de vida). Segundo Nicola (1986), existem quatro etapas de envelhecimento, diferenciadas da seguinte forma: -Idade do meio ou crítica - dos 45 aos 60 anos, aproximadamente - Encontram-se os primeiros sinais de envelhecimento, que representam freqüentemente uma tendência ou predisposição ao aparecimento de doenças; -Senescência gradual - dos 60 aos 70 anos, aproximadamente - É caracterizada pelo aparecimento de alterações fisiológicas e funcionais instaladas, típicas da idade avançada; -Velhice - Nesta idade, que se inicia por volta dos 70 anos, está-se frente ao velho ou ancião no sentido estrito; -Longevo - ou grande velho - Aquele com mais de 90 anos. De maneira geral, os estudiosos em gerontologia são unânimes em salientar que a idade cronológica não corresponde à idade biológica, e essa classificação é utilizada como uma orientação para o profissional quanto a maneira de se abordar a problemática apresentada pelo indivíduo: se preventiva, reabilitativa ou paliativa.
Dentre os vários conceitos sobre envelhecimento, destaca-se o seguinte: -Envelhecimento é a conseqüência de alterações, que os indivíduos demonstram, de forma característica, com progresso do tempo, da idade adulta até o fim da vida (Singer, 1981). Várias são as teorias que tentam explicar cientificamente o fenômeno do envelhecimento, entre elas estão: -Teoria dos distúrbios no mecanismo de reparação do DNA (Strehler, 1976); -Teoria de erros nas funções celulares fundamentais (Hahn, 1979); -Teoria dos radicais livres, que surgem na presença do Oxigênio e atacam as membranas celulares causando envelhecimento; -Teoria do stress (fase de alarme, fase de resistência, fase de esgotamento). A fase de esgotamento consistiria no envelhecimento, caracterizado por uma diminuição da resistência (Selye em Plat 1976, Selye em Rotzsch 1982).
Objetivos e benefícios Várias pesquisas comprovam que a atividade física, seja ela qual for, desde que bem orientada, promove benefícios a saúde. Recentemente documentou-se a importância da força para a manutenção da homeostase e hemodinâmica na vida diária. Ou seja, idosos com pouca força muscular apresentaram aumento acentuado na freqüência cardíaca e pressão arterial. Isso devido à falta de força fazer com que atividades comuns no cotidiano tornem-se esforços de alta intensidade (Chwalbinska, Moneta, et. ali, 1989 apud Santerém).
Os principais objetivos e benefícios da ginástica na terceira idade são: -Manutenção da massa magra (músculos) torna o idoso apto a realizar tarefas diárias que exigem maior intensidade de força, tais como: subir escadas, carregar objetos, sentar e levantar de alturas relativamente baixas, dar pequenos piques etc. Todas essas tarefas são muito mais comuns para o idoso, do que correr ou nadar longas distâncias; -Manutenção de um alto metabolismo basal, devido à massa magra, evitando assim obesidade e suas conseqüências; -Prevenção de doenças crônico-degenerativas, tais como: osteoporose, por influenciar positivamente na mineralização e na matriz óssea; -Fator psicológico: desenvolve a alta estima aumentando a vaidade e a vontade de viver;
A ginástica na terceira idade também previne e combate doenças como: -Diabetes: é uma patologia que tende a afetar as pessoas com o passar do tempo. Principalmente a diabete do tipo 2, que é aquela onde o pâncreas produz quantidade insuficiente de insulina. A atividade física estimula a produção e secreção de insulina pelo pâncreas, diminuindo a necessidade de administração exógena. Deve haver um perfeito equilíbrio entre dieta, exercício e insulina. -Varizes: doença de grande influência genética que atinge tanto jovens quanto idosos. Porém com o passar dos anos, esta passa a incomodar mais. A prática de exercícios (principalmente com pesos) produz dilatação das veias periféricas normais, beneficiando a circulação sangüínea, diminuindo a sensação dolorosa e de peso nas pernas. A atividade física interage para uma melhor função do organismo idoso, levantando-se as seguintes considerações: o tempo altera o desempenho físico, mas a prática regular de atividades físicas restringe tal alteração e, mesmo que não assegure o prolongamento do tempo de vida, garante o aumento do tempo da juventude, oferecendo proteção à saúde nas fases subseqüentes da vida, contribuindo para a recuperação de determinadas funções orgânicas, levando consequentemente a uma organização fisiológica, sendo um dos melhores remédios para combater as doenças hipocinéticas, geradas pela inatividade da vida moderna.
Fatores a serem trabalhados -Reeducação postural; -Força muscular; -Mobilidade articular; -Equilíbrio; -Coordenação; -Capacidade aeróbia; -Respiração; -Relaxamento.
Movimentos prejudiciais -Flexão total dos joelhos; -Tocar os dedos do pé com as pernas estendidas e os joelhos travados; -Flexões da cabeça para trás; -Movimentos rápidos ou abruptos; -Qualquer movimento de alongamento ou balanço envolvendo duas pessoas; -Estender exageradamente os joelhos para frente; -Atividades de alto impacto; -Sentar-se com as pernas estendidas; -Prender a respiração durante o exercício; -Abaixar o tronco e a cabeça abaixo da linha da cintura; -Sentar-se ou levantar-se imediatamente após o exercício.
Estrutura da aula Segundo Edna Otto (1987), o tipo ideal para uma sessão de ginástica para terceira idade é de 30 a 40 minutos: Parte Inicial (Aquecimento): 5 a 10 minutos; Parte Principal: 20 minutos; Parte final: 5 a 10 minutos.
Referências Rarechbach, R. (1990) Atividade Física para Terceira Idade 1ª Edição. São Paulo: Editora Louise. Wagon, Y.; Théberges, S.; Orban W. A. R. Manual de Ginástica e Bem Estar para a Terceira Idade. São Paulo: Editora Marco Zero Guedes Jr, D. P. (1997) Personal Training na Musculação. Rio de Janeiro: Editora Ney Pereira.
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