História do Hipismo
   

O cavalo divide o mesmo hábitat com o homem há milênios. Domesticado, foi usado no trabalho, no transporte e nos passeios pelos mongóis, persas, egípcios e árabes. Nos Jogos da Antigüidade, as competições eqüestres eram das mais concorridas pela platéia, mas os louros adornavam a cabeça do dono e não a do condutor do animal vitorioso. Xenofonte, historiador e adestrador, teorizou, no século 3º- a.C., sobre o treinamento e a prática da montaria esportiva, com princípios que rechaçam o uso da violência e são ainda hoje cultuados.

Mas o império da sabedoria grega caiu, e os quadrúpedes passaram a ser tratados a chicotadas pelos romanos. Na Europa renascentista, nos séculos 15 e 16, foi retomada a decência nos treinamentos, porém, o objetivo maior ainda era a preparação dos cavaleiros de guerra. Nos dois séculos seguintes, o adestramento planejado entrou no ritmo de galope com o nascimento de escolas do ramo, como Versalhes (1680), Cavalaria de Saumur (1834) e a famosa Espanhola de Viena (1735), para a qual o mestre francês François de la Guerinère compilou e aprimorou todas as técnicas conhecidas, quase as mesmas de hoje, em sua obra Escola de Cavalaria.

Em Paris-1900, o salto ­ tradicional, em distância e em altura ­ foi apresentado, sem valer medalha. Os cavaleiros ainda inclinavam-se para trás na hora de suplantar os obstáculos. A grande revolução na prova de salto aconteceu em 1902, quando o italiano Federico Caprilli inventou o forward seat (sentado para a frente). Quase deitado sobre o pescoço do cavalo, o ginete obtém mais estabilidade e castiga menos seu cavalo durante os movimentos. A posição se tornou símbolo do hipismo.

O esporte passou a integrar em definitivo o programa olímpico em Estocolmo-1912, com três modalidades, disputadas individualmente e por equipe: salto, adestramento e concurso completo de equitação (CCE). Porém, por muitos anos ficou restrito aos homens das casernas. O predomínio militar só foi quebrado em Helsinque-52, quando se autorizou a participação de civis e de mulheres e o francês Pierre Jonqueres d'Oriola ganhou a medalha de ouro nos saltos.

Ao Brasil, o cavalo foi trazido para ser explorado na agropecuária e no vaivém dos primeiros colonizadores portugueses. A espécie adaptou-se melhor no Sul, mas a primeira competição ­ o Torneio de Cavalaria ­ aconteceu em Pernambuco, em abril de 1641, organizada pelo dominador holandês Maurício de Nassau. Todas as provas eram de carreiras. Duque de Caxias preocupou-se com a criação nacional e importou garanhões puros-sangues ingleses para melhorar a linhagem de nossos animais. A equitação acadêmica começou a ser praticada no país a partir do conhecimento de Luiz Jácome de Abreu de Souza, trazido da Inglaterra em 1863.

Em Atlanta-96, o Brasil conquistou a primeira medalha no salto, bronze por equipe, com Rodrigo Pessoa, Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, André Johannpetter e Luis Felipe de Azevedo.

 

Fonte: MICRO OFFICER SERVIÇOS

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