APARELHOS E PROVAS FEMININAS

 

1. Paralelas Assimétricas

2.Salto Sobre o Cavalo

3. Solo

4. Trave de Equilíbrio

 

 

1. PARALELAS ASSIMÉTRICAS (Uneven Bars)

 

Origem: É o mais recente dos aparelhos de ginástica olímpica, tendo surgido nos Jogos Olímpicos de Berlim (1936). Originou-se a partir das paralelas masculinas. (PUBLIO, 1998).

 

Medidas oficiais: Duas barras paralelas em alturas diferentes, tendo a inferior 1,45m e a superior 2,25m de altura do colchão (que deve Ter 20cm de espessura). A distância entre os barrotes pode variar de 1,00 a 1,60m e o diâmetro dos barrotes deve ser de 40mm.

Prova de competição: A avaliação do exercício começa com a impulsão no trampolim ou colchões. É possível uma segunda corrida de aproximação para a entrada, desde que a ginasta não tenha tocado o trampolim, o aparelho, ou passado por baixo do mesmo. Em caso de necessidade de uma terceira corrida, será deduzido 0,50 pontos da nota da ginasta. O tempo de duração de uma série de assimétrica é determinado pelo número de elementos que a ginasta apresenta, sempre em ritmo acelerado, devendo o exercício ser composto de elementos de diferentes grupos. A característica básica deste aparelho é o apoio de braços intercalado com a suspensão (hoje há mais tendência para a suspensão).

Uma série bem composta deverá ter elementos em ambos os barrotes, com mínimo 3 trocas de barra, elementos de grupos variados com execução contínua. Em caso de queda do aparelho, é dado um tempo de 30 segundos para a ginasta retornar ao aparelho. Os colchões devem ser colocados nas extremidades e debaixo das assimétricas, para maior segurança da ginasta. O aparelho deve ser firmemente fixado ao solo e os barrotes ajustados na altura e afastamento apropriados para a praticante.

Grupos de elementos: Quipes (como entrada e dentro do exercício), impulsos para trás e contra embalos, impulsos abaixo da barra e giros livres, giros gigantes para trás, giros gigantes para frente, stalders para frente e para trás, balanços circulares e peixes. Destes grupos devem ser executados elementos com piruetas e mortais, trocas de empunhaduras e elementos de vôo.

Exigências especiais na série: 1 troca de barras da BB 9barra baixa) para a BA (barra alta) de dificuldade mínimo B; outra troca de barras da BA para a BB; 1 largada e retomada da  mesma barra com elemento de vôo e valor mínimo B, elementos de diferentes grupos (3, 6 o 7), com valor mínimo C; saída de valor mínimo C (competições iniciais) e D (finais por aparelhos) (FIG, 2000-a).

 

2. SALTO SOBRE O CAVALO (Horse Vault)

 

Medidas oficiais:

- Trampolim com sistema Reuther medindo 1,20m de comprimento por 60cm de largura e 20cm de altura.

- Cavalo medindo 1,60m de comprimento por 35cm de largura e a 1,20 m de altura do solo.

- Atualmente o cavalo pode ser substituído pela mesa de saltos: altura de 1,25 a 1,35m, 95cm de largura por 1,20 m de comprimento, sendo usada sempre na longitudinal, tanto no salto masculino quanto no feminino. A sua superfície de contato é feita de material antiderrapante, oferecendo maior segurança ao saltador. Veja desenho abaixo.

Prova de competição: O cavalo é colocado no sentido transversal em competições oficiais, devendo ser tocado com ambas as mãos durante o salto, após corrida e impulsão no trampolim.  A corrida não é avaliada pelos árbitros, sendo a distância recomendada de 25 metros, podendo ser menor (nunca maior), de acordo com a preferência da ginasta. A ginasta deverá executar dois saltos, iguais ou diferentes, escolhidos dentre os que constam no Código de Pontuação da Ginástica Artística Feminina, devendo mostrar à arbitragem o número do salto a ser realizado. A arbitragem considerará a maior nota. Duas novas corridas são permitidas desde que o ginasta não toque o trampolim ou o cavalo.

A impulsão de pernas e repulsão caracterizam basicamente o trabalho físico feito no salto. O salto deverá conter giros simples ou múltiplos sobre os dois eixos do corpo (látero-lateral - mortais e longitudinal - piruetas). Deverá ser usado um colchão duplo na área de queda, onde a ginasta deverá aterrissar sempre com os dois pés unidos, em equilíbrio. Quanto mais amplo for o segundo vôo, mais valor terá o salto.  (FIG, 2000-a)

Fases do salto sobre o cavalo: Há oito fases (há quem considere somente 6, fundindo algumas das 8 citadas) a considerar num salto, normalmente, divididas somente para facilitar seu estudo e também o ensino de qualquer salto. São elas, em ordem: corrida de aproximação, abordagem ao trampolim, impulsão no trampolim, primeiro vôo, abordagem ao cavalo, repulsão, segundo vôo, chegada ao solo ou aterrissagem.

Grupos de saltos:

  • Saltos sem piruetas (Reversões e Yamashitas) e com piruetas sobre o eixo longitudinal do corpo no 1º e/ou 2º vôo;

  • Reversões à frente com ou sem rotações longitudinais completas (360º) no 1º vôo, com mortal para frente ou para trás com ou sem piruetas no 2ª vôo;

  • Reversões com ½ pirueta (180º) no 1º vôo (entrada de Tsukahara) – mortal para trás ou para frente com ou sem piruetas no 2º vôo;

  • Saltos com entrada de rondada (entrada de Yurchenko), mortal para trás ou para frente com ou sem piruetas no 2º vôo;

  • Rondada com ½ ou 1 pirueta (180º - 360º) no 1º vôo, mortal para frente ou para trás com ou sem piruetas no 2º vôo. (FIG, 2000-a)

             

         Cavalo tradicional                    Trampolim “Reuter”               Mesa de saltos

 

 

3. SOLO (Floor Exercise)

 

Origem: Com provável origem na ginástica calistênica, dos gregos antigos, com associação de exercícios acrobáticos que eram iguais para homens e mulheres. A ginástica de solo  desenvolveu-se a partir de movimentos livres. (PUBLIO, 1998)

 

Medidas oficiais: Tablado com piso “elástico”, medindo 12m x 12m, com 1m a mais para cada lado, para segurança do ginasta. Este tablado é montado em um pódio de 1m de altura, e é rodeado por uma margem de segurança de 1 metro para cada lado, área esta que não pode ser utilizada pela ginasta durante a prova.

Prova de competição: A avaliação da série começa com o primeiro movimento realizado pela ginasta, e sua apresentação não poderá exceder a 1:30 minutos (90 segundos). É obrigatório um acompanhamento musical orquestrado, piano ou qualquer outro instrumento sem vocal (gravação), sendo que a série deverá começar e terminar juntamente com a música. Caso exceda o tempo limite, a ginasta sofrerá dedução de 0,10 pontos em sua nota. A mesma dedução será aplicada a cada vez que a ginasta sair da área de competição do tablado. Deverá haver distribuição progressiva de elementos de diferentes tipos na série, coreografia com variação de ritmos, dinamismo, expressão artística e ampla utilização do espaço do tablado, com elementos em todas as direções, próximos ao solo, e com fase de vôo.

Grupos de elementos: Elementos acrobáticos com ou sem fase de vôo, para frente, lado ou para trás; elementos ginásticos (giros, saltos, passos e corridas, equilíbrios, flexibilidade e ondas) (FIG, 2000-a)

Exigências especiais na série: 1 ligação acrobática de no mínimo 3 elementos; outra ligação acrobática de 3 elementos, sendo 2 mortais; 3 diferentes mortais na série; 1 ligação ginástica com no mínimo 2 saltos, cada um partindo de impulso em 1 só perna; 1 giro em 1 pé com valor mínimo B; última passada contendo um mortal no mínimo C. (FIG, 2000-a).

 

 

4. TRAVE DE EQUILÍBRIO (Balance Beam)

 

Origem: Tem sido utilizada por quase um século, especialmente por mulheres. Foi introduzida por Ling e Speiss. Esse aparelho já era utilizado para a educação corporal no século XVIII, tendo sido denominado “tronco flutuante”, para desenvolvimento do equilíbrio. (PUBLIO, 1998).

 

Medidas oficiais: A trave tem 5m de comprimento e fica a 1m de altura do colchão, que deve ter 20cm de espessura. Trabalha-se também com colchões de 12cm de espessura (mais densos), ficando a trave a 1,08m de altura a partir deste. O aparelho tem 16cm de espessura por 13cm de largura na sua parte central, tendo a superfície utilizável pela ginasta (parte de cima) somente 10cm de largura, onde são feitas as acrobacias. (FIG, 2000 e Catálogo SPIETH, 1994)

Prova de competição: A avaliação da série começa com a impulsão no trampolim ou saída dos colchões. É permitida uma segunda corrida desde que a ginasta não tenha tocado o trampolim ou aparelho. Se for necessário uma terceira corrida, haverá despontuação de 0,50 pontos. O tempo de duração de uma série de trave não deverá superior a 1:30 minutos (90 segundos). Caso exceda o tempo limite, a ginasta sofrerá dedução de 0,10 pontos em sua nota. No caso de queda, é dado um tempo de 10 segundos para a ginasta retornar ao aparelho, tempo este que é cronometrado em separado. Pela queda, será deduzido 0,5 pontos. Uma boa composição na trave deverá ter elementos de todos os grupos, com mudanças harmoniosas ligações diretas de elementos, variação de ritmo (movimentos lentos e rápidos), elementos próximos e afastados da trave, e nas posições longitudinal, transversal e oblíqua em relação ao aparelho. (FIG, 2000-a)

Grupos de elementos: Elementos acrobáticos com ou sem fase de vôo, para frente, lado ou para trás; elementos ginásticos (giros, saltos, passos e corridas, equilíbrios, flexibilidade e ondas) (FIG, 2000-a)

Exigências especiais na série: 1 ligação acrobática de no mínimo 2 elementos, um deles com fase de vôo; 1 ligação ginástica ou mista (elem. ginástico + acrobático) de no min. 2 elementos; 1 giro de 360º em 1 pé; 1 salto de grande amplitude (espacato de 180º);  1 avião, prancha ou parada de mãos do código, mantidos em equilíbrio por no min. 2 segundos; e 1 saída no min. Valor C (competições iniciais) e no min. D (finais por aparelhos). (FIG, 2000-a).